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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

mapa da unificação de italia e alemanha

unificação da alemanha acima
unificação da italia acima 

























A Guerra de Secessão

A primeira metade do século XIX marca a primeira fase do processo de industrialização norte-americana. Ocorreu no Norte, sobretudo na região da Nova Inglaterra, sobre uma base vinda do Período Colonial.
Em meados do século, o Norte, ou mais precisamente, o Nordeste era o pólo econômico vital da economia.
Esse desenvolvimento foi favorecido por ocasião das Guerras Napoleônicas e pela Segunda Guerra de Independência (l 812-14), já que as importações diminuíram e o mercado lnterno passou a consumir as manufaturas locais.
Essa incipiente indústria, por volta de 1810, beneficiou-se também de grande disponibilidade de ferro, carvão e energia hidráulica da Região Norte.
O mesmo processo não atingiu a Região Sudeste, que permanecia com uma economia marcadamente colonial, cuja produção ainda se fazia no interior da grande propriedade monocultora, voltada para o mercado externo e baseada na exploração do trabalho escravo.
Enquanto no Norte–Nordeste formava-se uma sociedade tipicamente industrial, dominada por uma forte burguesia, no Sul–Sudeste, a sociedade permanecia como que inalterada desde o Período Colonial.
Nos Estados Unidos, na realidade, abrigavam-se duas nações distintas  o Norte e o Sul  e do antagonismo entre os interesses o país passará por uma guerra civil, a Guerra de Secessão.

  Fatores da Guerra
  Desenvolvimento do Norte
O protecionismo alfandegário foi, certamente, fundamental para a eclosão da Guerra Civil Americana.
Os Estados do Norte, em processo de industrialização, reivindicavam altas tarifas de importação como mecanismo de manutenção de seu desenvolvimento, pois não conseguiam competir com os preços dos produtos ingleses. O Sul, por outro lado, dependia economicamente do Norte, exportando para lá parte de sua produção algodoeira e importando manufatura. Para sua sobrevivência defendia a liberdade de comércio, preferindo importar as manufaturados inglesas, de melhor qualidade e mais baratas do que as produzidas pelos Estados do Norte.
Além desse fato, os industriais ingleses poderiam deixar de comprar sua produção, caso optassem por dar apoio às propostas protecionistas dos industriais do Norte.
  O Problema do escravismo
O problema da manutenção do escravismo encontrou seu campo de discussão, no nível político no Congresso, que, ao sintetizar as disputas políticas pela salvaguarda de interesses econômicos nortistas e sulistas, se dividiu entre abolicionistas e escravistas. Com o processo de expansão para o Oeste e a incorporação de novos Estados à União, as disputas acirraram-se em torno da questão abolicionista.               

Expansão para Oeste

 A política no processo de Expansão
Em 1789, foi eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, que governou o país durante dois quatriênios. Nesse período, dois grupos políticos disputavam o poder: o Partido Federalista e o Partido Republicano Democrático, liderados respectivamente por Alexander Hamilton e Thomas Jefferson, secretários do Tesouro e do Estado, ligados ao governo de George Washington.
O Partido Federalista defendia um governo com poder centralizado, representando os interesses dos grandes comerciantes, manufatureiros e financistas.
O Partido Republicano Democrático defendia um governo descentralizado, ou seja, uma maior autonomia para os Estados, como também, uma maior participação popular nas eleições – eram simpáticos aos ideais da Revolução Francesa e representavam os interesses dos pequenos proprietários.
O governo de Andrew Jackson (1829-1837) foi marcado pela mudança de orientação política. Ligado ao recém-criado Partido Democrático, defendia os interesses dos grandes fazendeiros do Oeste e operários do Norte.
Durante sua gestão foram realizados expurgos de elementos que pertenciam a governos anteriores, processo que ficou conhecido como "sistema de despojos" .

  Conseqüências da Expansão
A conquista de um vasto território criou condições para o grande desenvolvimento da economia norte-americana.
Em 1912 conclui-se o processo de formação da União, com a incorporação do Arizona como Estado.
Foi acentuado o crescimento da agricultura, indústria, comércio, mineração e pecuária. A população cresceu para cerca de trinta milhões até 1860. Formaram sociedades diferenciadas dentro do país. a Norte e Leste, surgiu uma poderosa burguesia industrial e comercial, juntamente com um operariado fabril; ao Sul, predominavam os grandes aristocratas vinculados ao latifúndio, à monocultura, à exportação e à escravidão; na região Centro – Oeste, nasceu a sociedade a partir dos pioneiros, marcada pela base agrícola e pela pecuária.
No entanto, aumentou a rivalidade entre os interesses díspares de nortistas e sulistas, o que culminou mais tarde em uma guerra civil.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Imperialismo


Imperialismo é a política ocorrida na época da Segunda Revolução Industrial. Trata-se de uma política de expansão territorial, cultural e econômica de uma nação em cima de outra. O imperialismo contemporâneo é chamado de neo-imperialismo, pois possui muitas diferenças em relação ao imperialismo do período colonial. Basicamente, os países imperialistas buscavam três coisas: Matéria-prima, Mercado consumidor e Mão-de-obra barata.

A concepção de imperialismo foi perpetrada por economistas alemães e ingleses no início do século XX. Este conceito constituiu-se em duas características fundamentais: o investimento de capital externo e a propriedade econômica monopolista. Desse modo, a capitalização das nações imperialistas gradativamente se ampliava, por conseguinte a ‘absorção’ dos países dominados, pois monopólios, mão-de-obra barata e abundante e mercados consumidores levavam ao ciclo do novo colonialismo, que é o produto da expansão constante do imperialismo.

Ku Klux Klan



A primeira Ku Klux Klan na verdade foi fundada pelo General Nathan Bedford Forrest da cidade de Pulaski, Tennessee, em 1865 após o final da Guerra civil americana. Seu objetivo era impedir a integração social dos negros recém-libertados, como por exemplo, adquirir terras, ter direitos concedidos aos outros cidadãos, como votar. O nome, cujo registro mais antigo é de 1867, parece derivar da palavra grega kuklos, que significa "círculo", "anel", e da palavra inglesa clan (clã) escrita com k. Devido aos métodos violentos da KKK, há a hipótese de o nome ter-se inspirado no som feito quando se coloca um rifle pronto para atirar.


Capa do filme "O Nascimento de uma Nação".
Em 1872 o grupo foi reconhecido como uma entidade terrorista e foi banida dos Estados Unidos.
O segundo grupo que utilizou o mesmo nome foi fundado em 1915 (alguns dizem que foi em função do lançamento do filme O Nascimento de uma Nação, naquele mesmo ano) em Atlanta por William J. Simmons. Este grupo foi criado como uma organização fraternal e lutou pelo domínio dos brancos protestantes sobre os negros, católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes. Este grupo ficou famoso pelos linchamentos e outras atividades violentas contra seus "inimigos". Chegou a ter 4 milhões de membros na década de 1920, incluindo muitos políticos. A popularidade do grupo caiu durante a Grande Depressão e durante a Segunda Guerra Mundial.

Abraham Lincoln


Abraham Lincoln (12 de fevereiro de 1809 — 15 de abril de 1865) serviu como o 16° Presidente dos Estados Unidos de março de 1861 até seu assassinato em abril de 1865. Ele liderou o país de forma bem-sucedida durante sua maior crise interna, a Guerra de Secessão, preservando a União e abolindo a escravidão. Antes de sua eleição em 1860 como o primeiro presidente Republicano, Lincoln atuou como advogado de condado, legislador pelo estado de Illinois, membro da Câmara dos Representantes e duas vezes candidato derrotado ao Senado dos Estados Unidos. Oponente declarado à expansão da escravidão nos Estados Unidos,[1][2] Lincoln venceu a pré-candidatura do Partido Republicano em 1860, sendo eleito presidente no final do mesmo ano. Grande parte de seu mandato foi dedicado ao combate aos separatistas dos Estados Confederados da América durante a Guerra da Secessão. Ele introduziu medidas que levaram à abolição da escravidão, promulgando a Proclamação de Emancipação em 1863 e promovendo a aprovação da Décima terceira emenda da constituição dos Estados Unidos da América.
Lincoln supervisionou ostensivamente os esforços vitoriosos de guerra, especialmente na seleção dos melhores generais, como Ulysses S. Grant. Historiadores concluíram que ele conseguiu se sobrepor às diversas facções do Partido Republicano, negociando a cooperação dos líderes de cada uma delas pessoalmente em seu gabinete. Sob sua liderança, a União obteve controle dos estados escravocratas de fronteira durante a guerra, ao mesmo tempo em que ele conseguia se reeleger na eleição presidencial de 1864.

neocolonialismo

Entre os séculos XVI e XVII, os interesses econômicos europeus estavam direcionados essencialmente para a América, em busca de mercados fornecedores de produtos tropicais e metais preciosos.

Portugal e Espanha assumiram a liderança no colonialismo, orientados pela política econômica mercantilista e sustentada pelo monopólio do pacto colonial. No entanto, a industrialização européia nos séculos XVIII e XIX obrigou as metrópoles a buscarem novos mercados consumidores, diante da produção em grande escala, substituindo o exclusivismo comercial pela política econômica liberal.

A Difusão da Indústria
No início do século XIX, a industrialização que havia se iniciado na Inglaterra começou a expandir-se para outras regiões.

A Bélgica iniciou sua industrialização precocemente graças aos investimentos ingleses e à abundância de carvão e ferra na região.

Na França, a estrutura do Antigo Regime dificultava o desenvolvimento industrial. Com a revolução de 1789, a burguesia capitalista assumiu o poder, mas foi a partir de 1830, no governo de Luís Felipe, que a revolução industrial francesa tomou corpo, desenvolvendo-se efetivamente com Napoleão III durante o Segundo Império. Entretanto, a ausência de carvão e a perda de ricas jazidas de ferro da Alsácia-Lorena para a Alemanha dificultaram o processo.

A Alemanha e a Itália encontraram condições favoráveis para o desenvolvimento de seu parque industrial somente a partir da unificação política, concretizada em 1870.

Fora da Europa, os Estados Unidos foi o único país da América que encontrou condições de industrializar-se, graças à descoberta de ouro na Califórnia, à Guerra de Secessão e ao investimento de capitais ingleses. No final do século XIX, a produção industrial norte-americana já superava a Inglaterra e a Alemanha. Além disso, o expansionismo dos Estados Unidos chegou ao Japão, cuja modernização provocada pela Revolução Meiji (Era das Luzes), em 1868, assimilou a tecnologia norte-americana, partindo daí para um programa sistemático de industrialização.

Os Monopólios e as Invenções Tecnológicas
A industrialização inglesa, no século XVIII, provocou a formação de grandes empresas que passaram a monopolizar a produção, substituindo o capitalismo concorrencial. A partir de 1860, iniciou-se uma segunda etapa da Revolução Industrial. Nessa nova fase, o aço substituiu o ferro como material industrial básico, o vapor deu lugar à eletricidade, e o petróleo passou a ser utilizado como força motriz em lugar do carvão. Destacou-se, também, a introdução de uma maquinaria automática, o crescimento da produção, a extrema divisão do trabalho e uma verdadeira revolução nos meios de transporte e comunicação.

Nesse momento, o capitalismo industrial foi sobrepujado pelo capitalismo financeiro, originando a concentração de empresas e enormes complexos industriais. Com isso, surgiram grandes conglomerados econômicos, como os trustes, cartéis e holdings.

O crescimento desenfreado da indústria gerou um grande excedente de produção, que entrou em choque com o desemprego provocado pela larga utilização de máquinas no processo industrial. As grandes potências, visando manter o ritmo de desenvolvimento, necessitavam de mercados. Surgiu, assim, uma expansão imperialista que atingiu principalmente a África e a Ásia, que se tornaram palco de disputas e rivalidades na divisão do mercado mundial.

A Corrida Colonialista

A razão básica da colonização era econômica. A Europa tinha vários países passando pela Revolução Industrial, que necessitavam de matérias-primas essenciais para a industrialização, tais como carvão, ferro e petróleo; produtos alimentícios, normalmente carentes na Europa; mercados consumidores para os excedentes industriais; e locais para o investimento de capitais disponíveis na Europa, principalmente na construção de estradas de ferro e exploração de minas. Em termos sociais, a colonização era uma válvula de escape para a pressão demográfica. No plano político, o motivo essencial era a preocupação dos Estados europeus em aumentar seus contingentes militares.

O Processo da Partilha Colonial

Em 1830, a França deu o primeiro passo na conquista da África. Seus exércitos iniciaram a conquista da Argélia, processo que somente foi completado em 1857. Leopoldo II, da Bélgica, deu novo impulso ao colonialismo, em 1876, reunindo, em Bruxelas, um congresso de presidentes com o objetivo de, segundo ele, difundir a civilização ocidental.

Os países europeus lançaram-se rapidamente à aventura africana. A França conquistou a Argélia, Tunísia, África Equatorial, Costa da Somália, Madagascar; os ingleses anexaram a Rodésia, União Sul Africana, Nigéria, Costa do Ouro, e Serra Leoa; a Alemanha, que entrou tardiamente na corrida colonial, adquiriu apenas Camerum, África Sudoeste e África Oriental; a Itália anexou o litoral da Líbia, Eritréia e Somália.

Os antigos países colonizadores da Europa, Portugal e Espanha, ficaram com porções reduzidas: a Espanha, com o Marrocos Espanhol, Rio do Ouro e Guiné Espanhola; Portugal, com Moçambique, Angola e Guiné Portuguesa.

A Conferência de Berlim, convocada por Bismarck, primeiro-ministro da Alemanha, foi o marco mais importante na corrida colonialista. Sua finalidade primeira foi legalizar a propriedade pessoal do rei Leopoldo II, da Bélgica, sobre o Estado Livre do Congo e estabelecer as regras da partilha da África entre as principais potências imperialistas.

A corrida colonial africana produziu inúmeros atritos entre os países colonialistas, constituindo-se mesmo num dos fatores básicos do desequilíbrio europeu, responsável pela eclosão da Primeira Guerra Mundial.

A Penetração Européia na Ásia

A Ásia mantivera-se isolada até o século XIX. Apenas alguns portos estavam abertos aos comerciantes ocidentais que aí recebiam os produtos orientais para comercialização no Ocidente, permanecendo, assim, quase que imune às influências ocidentais.

Essa situação modificou-se radicalmente, no transcorrer do século XIX. Os países ocidentais passaram do simples comércio portuário para a política de zonas de influência, promovendo uma verdadeira partilha. A Rússia era o país mais interessado na expansão territorial da Ásia, devido à proximidade com seu território.

Os ingleses haviam tomado a Índia dos franceses em 1763, ficando uma companhia inglesa encarregada da exploração. Em 1858, com a revolta dos cipaios (nativos que serviam nos exércitos coloniais) prontamente reprimida, a Índia passou a integrar o Império Britânico.

Na China, a Guerra do Ópio, motivada pela destruição de carregamentos de ópio pertencentes a súditos ingleses, pelos chineses, permitiu a conquista de Hong-Kong, Xangai, Nanquim. A reação contra a invasão da China partiu de uma sociedade secreta conhecida como boxers, que promoviam atentados contra os estrangeiros residentes na China. As nações européias organizaram uma expedição conjunta para punir a sociedade e o governo chinês que a apoiava, surgindo daí a Guerra dos Boxers, que completou a dominação da China pelas potências européias.

Por outro lado, os japoneses ocuparam a Coréia, e os alemães, a península Chantung, enquanto a França dominava a Indochina.

A Administração Colonial
Na área de dominação francesa, foram dois os tipos básicos de colonização: colônias e protetorados (situação de um Estado posto sob a autoridade de outro). As colônias ficavam sob direta supervisão do Ministério das Colônias, sendo governadas localmente por um governador geral, responsável pela atividade local. Os protetorados, por sua vez, mantinham elevado grau de autonomia. Praticamente todas as decisões eram tomadas por elementos indígenas, com a supervisão de um representante da metrópole.

Entre as colônias inglesas, a variedade era muito grande: as colônias da Coroa, que dependiam diretamente da metrópole; as colônias com certo grau de autonomia, com um parlamento eleito localmente; e os domínios, que eram praticamente independentes.

A forma de organização administrativa nas demais colônias, pertencentes aos outros países europeus, não variava muito em relação aos dois tipos apresentados, isto é, colônias propriamente ditas e dependências semi-autônomas.

A Exploração Colonial
De uma maneira geral, os países colonialistas da Europa procederam de maneira empírica (sem caráter científico, baseando-se na experiência) na organização do sistema de exploração colonial.

Os ingleses se constituíram em exceção, porque possuíam um imenso império colonial que lhes permitia uma variedade extraordinária de recursos materiais e humanos. A política livre-cambista, adotada na Inglaterra após 1850, estendeu-se às colônias, uniformizando as relações econômicas.

A França, por sua vez, adotou uma política tarifária variante. Dependia da colônia e dos tipos de produtos que produzia e consumia.

A exploração econômica das terras foi concedida a particulares, uma vez que somente as grandes companhias capitalistas tinham condições de empreender a exploração, que necessitava de uma vultosa soma de capitais.

mapa da partilha da africa

unificação de italia e alemanha


  
   A Unificação Italiana                                        
 

A configuração político-territorial da Itália, no início de século XIX, sofreu grande intervenção por parte das medidas firmadas pelo Congresso de Viena de 1814. Com os acordos consolidados, a atual região da Itália ficou dividida em oito estados independentes, sendo que alguns deles eram controlados pela Áustria.

Nesse mesmo período de recondicionamento da soberania monárquica, movimentos nacionalistas afloraram em diferentes partes da Itália. Ao mesmo tempo, as motivações e projetos desses grupos nacionalistas eram bastante variados. Envolvendo grupos de trabalhadores urbanos e rurais e alcançando até mesmo a burguesia nacional, o Risorgimento manifestava-se em ideais que passavam por tendências republicanas e, até mesmo, monárquicas.

Outra interessante manifestação nacionalista também pôde ser contemplada com o aparecimento dos carbonários. A ação dos carbonários se estabeleceu ao sul da Itália sob a liderança do comunista Filippo Buonarotti. Lutando contra a ação dos governos absolutistas, o carbonarismo foi um dos mais importantes movimentos nacionalistas de bases popular da Itália.

Em 1831, Giuseppe Mazzini liderou outro movimento republicano representado pela criação da Jovem Itália. Mesmo não obtendo sucesso, o nacionalismo italiano ainda teve forças para avivar suas tendências políticas. No ano de 1847, uma série de manifestações anti-monárquicas tomaram conta da região norte, nos reinos de Piemonte e Sardenha, e ao sul no Reino das Duas Sicílias. No Reino da Lombardia consolidou-se um dos maiores avanços republicanos quando o rei foi obrigado a instituir um Poder Legislativo eleito pelos cidadãos.

Mesmo com a agitação dessas revoltas, a presença austríaca e o poder monárquico conseguiram resistir à crescente tendência republicana. Só com o interesse da burguesia industrial do norte da Itália, politicamente patrocinada pelo primeiro-ministro piemontês Camilo Benso di Cavour, que o processo de unificação começou a ter maior sustentação. Angariando o apoio militar e político dos Estados vizinhos e do rei francês Napoleão III, em 1859, a guerra contra a Áustria teve seu início.

Temendo a deflagração de movimentos de tendência socialista e republicana, o governo Francês retirou o seu apoio ao movimento de unificação. Ainda assim, Camilo di Cavour conseguiu unificar uma considerável porção dos reinos do norte. Nesse mesmo período, ao sul, Giuseppe Garibaldi liderou os “camisas vermelhas” contra as monarquias sulistas. Para não enfraquecer o movimento de unificação, Garibaldi decidiu abandonar o movimento por não concordar com as idéias defendidas pelos representantes do norte.

Dessa maneira, os monarquistas do norte controlaram a unificação estabelecendo o rei Vítor Emanuel II. No ano de 1861, o Reino da Itália era composto por grande parte do seu atual território. Entre 1866 e 1870, após uma série de conflitos, as cidades de Veneza e Roma foram finalmente anexadas ao novo governo. A unificação da Itália teve seu fim no ano de 1929, quando após anos e anos de resistência da autoridade papal, o tratado de Latrão completou a formação da nação italiana.

Apesar de representar uma luta histórica ao longo do século XIX, a unificação italiana não conseguiu prontamente criar uma identidade cultural entre o povo italiano. Além das diferenças de cunho histórico, lingüístico e cultural, a diferença do desenvolvimento econômico observado nas regiões norte e sul foi outro entrave na criação da Itália.
                              

                                            A Unificação da Alemanha 

                                                                            
A Alemanha, em meados do século XIX, era formada por uma confederação de principados e Estados com sede na cidade de Frankfurt. A Prússia e a Áustria ocupavam um lugar de destaque na confederação, procurando manter o equilíbrio entre as forças revolucionárias que ameaçavam a aristocracia conservadora (junkers).
Em meados do século XIX, a agricultura era a principal atividade econômica, permanecendo as relações feudais de produção.

O poder dos junkers apoiava-se na manutenção do exército mercenário e na aquisição de terras extorquidas aos camponeses. À semelhança do que se registrava em outros países europeus, também entre os germânicos ocorria à concentração de mão-de-obra nos centros urbanos, procedentes da exclusão rural. O desemprego e as más condições de vida decorrentes desta situação provocaram revoltas e motins.

As atividades industriais desenvolvidas nas regiões da Renânia, Westfália, Silésia e Saxônia esbarravam na diversidade alfandegária dos diferentes reinos, emperrando o desenvolvimento capitalista. Para eliminar este problema, fundou-se a Associação Geral para o Comércio e Indústria, e, posteriormente, sob a liderança da Prússia, surgiu a união alfandegária – o Zollverein. Através desse acordo, foi criada uma liga aduaneira que aboliu os impostos alfandegários entre os vários Estados germânicos com a exclusão da Áustria.

Essa medida promoveu a livre circulação de mercadorias, favorecendo, desta forma, o comércio entre os vários Estados e impulsionando o desenvolvimento industrial.
Em termos políticos, diferentes ideologias foram se firmando em projetos distintos:

Os grandes industriais desejavam reformas garantidas por uma constituição;
A pequena burguesia pretendia a democracia (igualdade de direitos e soberania popular), defendia a federação e não o centralismo unitário;
As lideranças urbanas e o operariado partilhavam das idéias socialistas.

Diante do clima propício às agitações sociais, a nobreza buscou o apoio da burguesia para conter as classes sublevadas. A burguesia, por sua vez, agilizou reformas constitucionais que atendessem às suas aspirações. O rei da Prússia, Guilherme I, apoiado na força dos junkers, deu a presidência do Parlamento a Otto von Bismarck.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Carta Do Índio Seattle


Como podereis vós comprar ou vender o céu, o calor, a terra? Se nós possuíssemos a frescura do ar, e a frescura da água, de que maneira poderia Vossa Excelência comprá-los? Cada pedaço dessa terra é sagrado para o meu povo. Cada espinho do pinheiro, cada rio murmurante, cada bruma nos bosques, cada clareira, cada zumbido de inseto é sagrado na lembrança e na vivência do meu povo.



A seiva que corre nas árvores lembra o meu povo. Nós somos uma parte da terra, e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande água, são nossos irmãos.

As rochas escarpadas, o aroma das pradarias, o ímpeto de nossos cavalos e o homem, todos são da mesma família.

Assim, o Grande Chefe de Washington, mandando dizer que quer comprar nossa terra, está pedindo demais a nós índios. Manda o Grande Chefe dizer que nos reservará lugares onde poderemos viver confortavelmente entre nós. Ele será nosso pai e nós, seus filhos.

Prometemos pensar na vossa idéia de comprar nossa terra. Mas não será fácil, pois essa terra para nós é sagrada. A água cintilante que corre nos riachos e rios não é só água, mas, também, o sangue de nossos ancestrais. Os rios são nossos irmãos.

Eles saciam nossa sede, levam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se nós vendermos nossa terra, vós deveis vos lembrar e ensinar vossos filhos que os rios são nossos irmãos e também vossos, e vós deveis doravante dar aos rios a ternura que mostrais para um irmão.

Sabemos que o homem branco não entende nossos costumes. Um pedaço de terra para ele é igual ao pedaço da terra vizinha, pois é um estranho que chega, às escuras, e se apossa da terra de que tem necessidade.

A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e uma vez conquistada, o homem branco vai mais longe. Seu apetite arrasará a terra e não deixará nela mais que um deserto.

Não sei, nossos costumes são diferentes dos vossos. A imagem de vossas cidades faz mal aos olhos do homem vermelho. Mas, isso talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não entende.

Não há mais lugar calmo nas cidades do homem branco; a barulheira parece estourar os ouvidos. O índio prefere o doce assobio do vento lançando-se como uma flecha sobre o espelho de um lago, e o aroma do vento molhado pela chuva do dia ou perfumado pelo pinheiro.

O ar é precioso ao homem vermelho, pois todas as coisas participam do mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem. Eles dividem todos o mesmo sopro. O homem branco parece não se lembrar do ar que respira. O vento, que deu ao nosso avô o primeiro fôlego, recebeu, também, seu último suspiro.

Pensaremos, portanto, na vossa oferta de comprar as nossas terras.

Mas, se decidirmos aceitá-la, eu porei uma condição: o homem branco deverá tratar os animais selvagens como irmãos. Vi mais de mil bisontes apodrecendo nos campos, abandonados pelo homem branco, que os abateu de um trem que passava.

O que é o homem sem os animais? Se os animais desaparecerem, o homem morrerá dentro de uma grande solidão.

Ensinai também a vossos filhos aquilo que ensinamos aos nossos: que a terra é nossa mãe. Dizei a eles que a respeitem, pois tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Seus homens cospem no chão, eles cospem sobre eles mesmos. Ao menos sabemos isto: a terra não é do homem; o homem pertence à terra. Todas as coisas são dependentes. Não foi o homem que teceu a teia de sua vida, ele não passa de um fio desta teia. Tudo o que ele fizer para esta teia, estará fazendo para si mesmo.

Há uma coisa que sabemos, e que o homem branco descobrirá, talvez um dia: é que nosso Deus é o mesmo Deus, e sua piedade é igual, para o homem vermelho e o homem branco. Esta terra lhe é preciosa, e danificá-la é acumular de desprezo seu Criador.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Período Napoleônico


Foi um processo revolucionário (recompôs a estabilidade política em França) em que se instalou um governo autoritário, centralizador e expansionista dirigido por Napoleão Bonaparte. Esta figura coroou-se imperador no ano de 1804 sob o título de Napoleão I.

A Era Napoleónica teve início em 1799 com o Golpe 18 de Brumário e caindo este império na data de 1815 com a Batalha de Waterloo na qual Napoleão é derrotado pelas tropas inglesas.
O Período Napoleónico pode fragmentar-se em três partes: o Consulado, o Império e o Governo dos Cem Anos.
Durante o consulado foram criadas novas instituições, e houve uma recuperação económica, jurídica e administrativa.
No período imperial, a França tornou-se um império e Napoleão consagrou-se imperador, vindo, mais tarde, a realizar uma série de batalhas para a conquista de novos territórios para o seu país. Como símbolo das suas vitórias Napoleão construía monumentos como Arcos de Triunfo nos locais conquistados. O Império Francês estabeleceu o Bloqueio continental na tentativa de enfraquecer Inglaterra.
Napoleão acaba por ser derrotado pelos aliados mas não definitivamente pois volta a Paris e reconquista o poder iniciando o Governo dos Cem Dias. Posteriormente e desta vez de forma definitiva o Império Napoleónico cai quando tenta invadir a Bélgica. Após a queda do seu império Napoleão é exilado para a ilha de Santa Helena onde morre.

A independência do México

A luta pela independência começou em 16 de Setembro de 1810, liderada por Miguel Hidalgo, um padre de ascendência espanhola.Após a invasão da Espanha por Napoleão I e a colocação do irmão deste no trono espanhol, os conservadores mexicanos e os ricos proprietários, apoiantes da família real espanhola da Casa de Bourbon mostraram-se contrários às políticas napoleónicas comparativamente mais liberais . Assim nasceu no México uma aliança à primeira vista improvável: de um lado os liberales, ou liberais, que defendiam um México democrático; do outro os conservadores que pretendiam um México governado por um monarca de Bourbon, que restaurasse o anterior status quo. As duas partes acabaram por concordar que o México deveria tornar-se independente e decidir o seu próprio destino. A figura mais proeminente da guerra da independência do México foi o padre José Maria Morelos.A guerra prolongar-se-ia por onze anos até à entrada do exército de libertação na Cidade do México em 1821. Assim, ainda que proclamada em 1810, a independência só foi conseguida em 1821, com a assinatura do Tratado de Córdoba, que ratificava o Plano de Iguala, no dia 24 de Agosto de 1821, em Córdoba. Foram signatários deste tratado o vice-rei espanhol Juan de O’Donojú e Agustín de Iturbide.
Em 1821 Agustín de Iturbide, um antigo general espanhol que havia passado para o lado das tropas independentistas, autoproclamou-se imperador (oficialmente tratava-se de uma medida temporária, até que se conseguisse persuadir um membro da realeza europeia a tornar-se monarca do México – ver Império Mexicano para mais informação). Uma rebelião contra Iturbide em 1823 levou à criação dos Estados Unidos Mexicanos. Em 1824 Guadalupe Victoria tornou-se o primeiro presidente do novo país; o seu nome de baptismo era Félix Fernandez tendo escolhido o seu novo nome por motivos simbólicos: Guadalupe como agradecimento pela protecção da Nossa Senhora de Guadalupe, e Victoria pela vitória obtida.
Hidalgo, primeiro defensor da independência mexicana.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

independência do haiti

A Independência do Haiti foi conquistada no século XVIII. O Haiti (São Domingos), colônia francesa do Caribe, era o maior produtor mundial de açúcar. Essa rica colônia também exportava rum (bebida alcoólica feita de caldo de cana) e algodão. Tudo baseado na plantation escravista.

Os escravos africanos eram submetidos a uma exploração desmedida. O trabalho era muito exaustivo e os castigos não paravam. Tudo isso foi alimentando o espírito de revolta. A Revolução Francesa de 1789 estimulou a rebelião. Em 1791, um negro chamado Toussaint Louverture liderou a mais gigantesca revolta de escravos da História das Américas. Brilhante general, ele comandou um exército de milhares de homens.

Em 1794, os revolucionários franceses jacobinos decretaram a abolição da escravatura nas colônias. Mas em 1802, as tropas napoleônicas desembarcaram na ilha e provocaram um banho de sangue. Louverture foi preso e levado para a França, onde morreu.

Toda a repressão não foi suficiente. Em 1804, o Haiti conquistava a independência e a abolição da escravatura. Mas o preço tinha sido muito alto. A economia estava arrasada e até hoje o país é um dos mais pobres do mundo.

O Haiti foi o primeiro país latino-americano a declarar-se independente. Negros e mulatos se unem sob a liderança de Toussaint L'Ouverture e, mais tarde, do ex-escravo Jean-Jacques Dessalines e combateram as tropas francesas até a proclamação em 1 de janeiro de 1804. Dois anos depois Dessalines é deposto e morto e o país tem o controle dividido entre Henri Christophe, ao norte, e Alexandre Pétion, ao sul. A unificação do país só acontece em 1820 sob o governo de Jean-Pierre Boyer.

O período mais sombrio na história do Haiti iniciou-se em 1957 com a ditadura de François Duvalier (o Papa Doc). O regime montou um aparato de repressão militar que perseguiu seus opositores, torturando-os e assassinando muitos deles. A repressão era encabeçada pela milícia secreta dos tontons macoutes, cuja tradução é "bichos papões". O Papa Doc foi assassinado em 1971. Seu filho Jean Claude Duvalier, o baby doc, deu continuidade ao regime de terror imposto pelo pai, governando até 1986, quando foi deposto por um golpe comandado pelos militares, que assumiram o poder, sucedendo-se no governo por vários anos. A esperança de redemocratização surgiu em 1990, quando ocorreram eleições livres e a população elegeu o padre Jean-Bertrand Aristide para presidente da república.

Países latino-americanos que declararam independência entre 1809 e 1821

Entre 1809 e 1818 várias colônias latino-americanas declararam-se autónomas e independente da Espanha. Estas foram as seguintes:

Venezuela – (proclamada em 19 de abril de 1810), no ano seguinte em 5 de julho de 1811, é realizada a assinatura da Declaração da Independência da Venezuela, e selada definitivamente após a Batalha de Carabobo, em 24 de junho de 1821).
Vice-Reino de Nova Granada - revoltas de Santa Fé de Bogotá em 20 de julho de 1810 e de Cartagena das Índias em 22 de Maio, (ver: Patria Boba).
Vice-Reino da Nova Espanha - (ver: Independência do México) Grito de Dolores, 16 de Setembro de 1810, embora geralmente é entendida, de fato, após o Plano de Iguala em 27 de Setembro de 1821).
América Setentrional
Quito - (ver: Independência do Equador) proclamada em 10 de Agosto de 1809 e rapidamente reprimida, mais uma vez proclamada em 2 de agosto de 1810, embora geralmente é entendida, de fato, após a Batalha de Pichincha em 24 de maio de 1822). Guayaquil declarou a sua independência em 9 de outubro de 1820 (ver: Provincia Livre de Guayaquil).
Vice-Reino do Rio da Prata - (ver Primeira Junta) nomeada em 25 de maio de 1810, Independência da Argentina (proclamada em 9 de julho de 1816, antes a Liga Federal declarou a sua independência em 29 de junho de 1815, no Congresso do Oriente).
Paraguai (proclamada em 15 de Maio de 1811).
Capitania Geral do Chile - (ver Independência do Chile) (proclamada em 12 de fevereiro de 1818).
O principal motivo para a crise colonial na América espanhola foi a crise institucional que eclodiu na metrópole quando Napoleão Bonaparte obrigou a abdicação de Carlos IV em favor Fernando VII e este últimos em favor dos Bonaparte, com José Bonaparte como o novo rei da Espanha e suas colônias.

Esta crise e a subsequente invasão da Espanha pelo exército napoleônico, levaram à criação de juntas fernandistas em várias cidade do território espanhol. Muitos destas juntas fernandistas na América possuiam dirigentes claramente autonomistas independentistas.

Embora a crise institucional na Espanha foi um gatilho, estas eram uma última oportunidade esperada para a autonomia e líderes de independência. Desde o início da colônia, mas sobretudo porque os Bourbons assumiram o trono da Espanha, a administração colonial foi centrada nas pessoas influência nos tribunais espanhóis, assim como o na casa de recrutamento de Sevilha, uma posição que não era propícia a indivíduos nascidos na América.

O Rei Carlos III, como um típico déspota esclarecido da época, promoveu as artes e permitiu um grande afluxo de idéias do Iluminismo na América, enquanto exercia um forte poder político. Carlos III apoiou as colónias britânicas, em sua guerra de independência, contratando e promovendo a instituição de novos tributos fiscais para subsidiar a defesa dos interesses espanhóis na região das Caraíbas. Estes eventos resultaram nos anos 1780 um rompimento da pax hispanica que rege a colônia espanholas desde a sua criação. A revolta da comunidade de Nova Granada e da revolta de Tupac Amaru, no Peru demonstram esta nova realidade.

Carlos IV não se caracterizou pelo seu férreo controle do poder. Mais interessado em ciência deixou a política nas mãos de seus ministros, que, especialmente no caso de Godoy, promoveu reformas liberais em diversos aspectos sociais, enquanto relegava cada vez mais para as colônias e os súditos nas colônias como súditos de segunda.

Por outro lado, a Espanha impôs uma série de restrições comerciais nas colônias, que não poderia comercializar uns com os outros, muito menos o comercializar com outras nações como o Reino Unido ou Estados Unidos. Todas as relações comerciais foram determinados a partir da Espanha. A influência das idéias liberais e as restrições políticas e comerciais, criaram o descontentamento que foi catalisado pela crise espanhola de 1809.

Países latino-americanos que declararam independência entre 1821 e 1825
1821:

24 de junho - Batalha de Carabobo com vitória decisiva para a independência da Venezuela.
28 de Julho - San Martin ocupa Lima e declara a independência do Peru.
1 de Dezembro - República Dominicana, durou até 9 de fevereiro de 1822, quando o país foi anexado pelo Haiti (ver: Independência efêmera).
15 de setembro - Os territórios compreendidos pela Capitania Geral da Guatemala ganharam independência a partir do Governo espanhol.
21 de setembro - Ato de Independência do Império do México.
28 de novembro - O Panamá se integra a Grã Colômbia.
1824:
24 de maio - O Equador consegue a sua independência na Batalha de Pichincha.
1825:
6 de agosto - Independência da Bolívia.
1828 - O Uruguai torna-se independente do Brasil e Argentina.

Países latino-americanos que declararam independência após 1828

As Províncias Unidas da América Central, conhecidas desde 1824 como a República Federal da América Central, desintegraram nos seguintes estados:
Costa Rica, primeiro entre 1829 e 1831 e finalmente em 1838.
Nicarágua, em Abril de 1838.
Guatemala, em Abril de 1839.
Honduras em 1839.
El Salvador em 1839 e formalmente em 31 de Janeiro de 1841.
A República Dominicana ganhou sua independência do Haiti, em 27 de fevereiro de 1844, anexando-se à Espanha em 16 de agosto de 1861. Tornou-se independente novamente depois da Guerra da Restauração (República Dominicana) concluída em 1865, proclamada com o grito de Capotillo em 16 de agosto de 1863.
Após concluir a Guerra Hispano-Americana e depois da assinatura do Tratado de Paris (1898), Cuba, Porto Rico, Filipinas e Guam ficaram sob o controle dos Estados Unidos.

Cuba ganhou a sua independência em 20 de Maio de 1902, mas permaneceu sob controle dos EUA sob a Emenda Platt até 1934.
Porto Rico continua a ser um Estado livre associado aos Estados Unidos, ainda hoje, não é um estado independente.
Panamá se separou da Colômbia, com auxilio dos EUA (que tinham interesses na construção do Canal do Panamá) e proclamou a sua independência em 3 de novembro de 1903.

emancipações políticas da américa espanhola

Para sabermos um pouco mais sobre a emancipação política na América Espanhola, é preciso recordar como foi a sua colonização. É preciso compreender como a sociedade se comportava e lembrar mercantilismo, colônias de exploração, etc, para podermos dizer que mesmo se tornando independentes, a estrutura dessas sociedades não se modificou.


Colonização

A Espanha era uma metrópole mercantilista, isto quer dizer que, as colônias só serviam para serem exploradas. A colonização só teria sentido se as colônias pudessem fornecer produtos lucrativos. Desta forma a maioria das colônias espanholas (e também portuguesas) foram colônias de exploração, que dependiam das regras impostas pela metrópole.

O fator mais importante pela colonização espanhola foi a mineração. A base da economia espanhola eram as riquezas que provinham , especialmente da Bolívia, a prata e também o ouro de outras colônias. Foi esta atividade, a mineração, a responsável pelo crescimento de outras que eram ligadas, como, a agricultura e a criação de gado necessários para o consumo de quem trabalhava nas minas.

Quando a mineração decaiu, a pecuária e a agricultura, passaram a ser as atividades básicas da América Espanhola.


A Exploração do Trabalho

Em alguns lugares como Cuba, Haiti, Jamaica e outras ilhas do Caribe, houve exploração do trabalho escravo negro, porém, de modo geral o sistema de produção na América Espanhola se baseou na exploração do trabalho indígena.

Os indígenas eram arrancados de suas comunidades e forçados ao trabalho temporário nas minas, pelo qual recebiam um salário miserável. Como eram mal alimentados e tratados com violência a maioria dos indígenas morria muito rápido.


A Sociedade Colonial Espanhola

A grande maioria da população das colônias era composta pelos índios. A população negra escrava, era pequena, e, foi usada como mão de obra , principalmente nas Antilhas.

Quem realmente mandava e explorava a população nativa eram os espanhóis, brancos, que eram a minoria mas, eram os dominadores.

Assim podemos dividir a sociedade entre brancos ( dominadores ) e não-brancos ( dominados ).

Mesmo entre a população branca havia divisões como :

Chapetones - colonos brancos nascidos na Espanha, eram privilegiados.

Criollos - brancos nascidos na América e descendentes dos espanhóis. Eram ricos, proprietários de terras mas, não tinham os mesmos privilégios dos Chapetones.

Além disso, a mistura entre brancos e índios criou uma camada de mestiços.


A Administração Espanhola

Os primeiros conquistadores, foram também os primeiros administradores. Eles recebiam da Coroa espanhola o direito de governar a terra que tivessem descoberto.

Com o crescimento das riquezas, como o ouro e prata descobertos, a Coroa espanhola foi diminuindo o poder desses primeiros administradores e passou, ela própria a administrar.

Dessa forma, passou a monopolizar o comércio e criou órgãos para elaborar leis e controlar as colônias.


Emancipação Política da América Espanhola

Só é possível compreender como as colônias espanholas na América conseguiram se libertar, se voltarmos atrás e recordarmos o Iluminismo.

No inicio do século 19, a Espanha ainda dominava a maior parte de suas colônias americanas, mas, da França chegavam novas idéias. Era a época das Luzes ! Os ares eram de liberdade, os filósofos do Iluminismo pregavam que a liberdade do Homem estava acima de qualquer coisa. Não aceitavam que os reis pudessem usar sua autoridade acima de tudo. Afinal, os iluministas valorizavam a Razão, dizendo que o Homem era dono de seu próprio destino e devia pensar por conta própria.

Publicações feitas na França e na Inglaterra contendo essas idéias estavam chegando às colônias escondidas das autoridades. Idéias de liberdade também vinham através de pessoas cultas que viajavam e fora, descobriam um pouco mais da filosofia iluminista. Mas, quem eram essas pessoas cultas ?

Quando nós vimos a Sociedade Colonial Espanhola, estudamos os CRIOLLOS. Eles eram brancos, nascidos na América, que tinham propriedades rurais, podiam ser também comerciantes ou arrendatários das minas. Eles tinham dinheiro mas não tinham acesso aos cargos mais altos porque esses cargos só podiam ser dos CHAPETONES. Então, os Criollos usaram o dinheiro para estudar. Muitos iam para as universidades americanas ou européias e, assim tomavam conhecimento das idéias de liberdade que corriam mundo com o Iluminismo.

Os Criollos, exploravam o trabalho dos mestiços e dos negros e eram donos da maior parte dos meios de produção e estavam se tornando um grande perigo para a Espanha. Por isso, a Coroa espanhola decidiu criar novas leis :

•os impostos foram aumentados
•o pacto colonial ficou mais severo
( o pacto colonial era o acordo pelo qual as atividades mercantis da colônia eram de domínio exclusivo de sua metrópole )

•as restrições às indústrias e aos produtos agrícolas coloniais concorrentes dos metropolitanos se agravaram.
(assim, as colônias não podiam desenvolver seu comércio com liberdade )

Os Criollos tinham o exemplo dos EUA que haviam se libertado da Inglaterra. E, a própria Inglaterra estava interessada em ajudar as colônias espanholas porque, estava em plena Revolução Industrial. Isto quer dizer que, precisava de encontrar quem comprasse a produção de suas fábricas e, também de encontrar quem lhe vendesse matéria prima para trabalhar. Assim, as colônias espanholas receberam ajuda inglesa contra a Espanha.

Quando aconteceu a Revolução Francesa, os franceses, que sempre tinham sido inimigos dos ingleses, viram subir ao poder Napoleão Bonaparte. Foi quando a briga entre França e Inglaterra aumentou. Por causa do Bloqueio Continental, imposto pela França, a Inglaterra não podia mais fazer comércio com a Europa continental (com o continente).

Por causa disso, a Inglaterra precisava mais do que nunca de novos mercados para fazer comércio, portanto ajudou como pôde as colônias espanholas a se tornarem independentes.

A França também ajudou, porque Napoleão Bonaparte com seus exércitos, invadiu a Espanha e colocou como rei na Espanha, seu irmão. Portanto, automaticamente, sendo dependente de França, a Espanha passou a ser inimiga também da Inglaterra. Isso foi o motivo que a Inglaterra queria para colocar seus navios no Oceano Atlântico e impedir que a Espanha fizesse contato com suas colônias espanholas.

Os Criollos então, se aproveitaram da situação e depuseram os governantes das colônias e passaram a governar, estabelecendo de imediato a liberdade de comércio.

Mesmo depois que o rei espanhol voltou ao poder, a luta pela independência continuou e a Inglaterra seguiu ajudando, porque sem liberdade não haveria comércio.

bloqueio continental

O Bloqueio Continental foi a proibição imposta por Napoleão Bonaparte com a emanação, em 21 de novembro de 1806, do Decreto de Berlim, que consistia em impedir o acesso a portos dos países então submetidos ao domínio do Império Francês a navios do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Com o decreto buscava-se isolar economicamente as Ilhas Britânicas, sufocando suas relações comerciais e os contactos com os mercados consumidores dos produtos originados em suas manufaturas.

Napoleão justificou tal violação do direito internacional como uma exigência de responder à ação de bloqueio dos portos franceses por navios da Marinha do Reino Unido, que anteriormente ao decreto napoleônico havia por diversas vezes sequestrado navios franceses.


Objetivos e extensão

A situação da Europa em 1811. As cores indicam (do azul escuro ao claro) os países:
- Membros do Império;
- Satélites;
- Os que aplicam o bloqueio.O objetivo do bloqueio era atingir a economia britânica. Com a derrota em Trafalgar, a França não teria mais condições de contestar o domínio inglês dos mares nem teria a possibilidade de invadi-la com uma expedição de tropas transportadas via marítima. Depois da incursão naval inglesa na Dinamarca de agosto de 1807, o Bloqueio foi estendido também aos portos do mar Báltico e, em novembro e dezembro do mesmo ano, foi radicalizado com os dois Decretos de Milão.

Com o primeiro, de 23 de novembro de 1807, foram listadas algumas mercadorias, entre elas as provenientes das colônias, que seriam consideradas a priori como provenientes do Reino Unido. Além disso, qualquer navio, não apenas os britânicos, que atracassem num porto sujeito ao Bloqueio vindo de um porto do Reino Unido seria sujeito ao confisco da carga. Com o segundo decreto, de 17 de dezembro de 1807, estabeleceu-se que os navios neutrais provenientes de pontos britânicos seriam considerados sem nacionalidade e, portanto, passíveis de captura em alto-mar por parte de navios franceses. Depois de tais decretos, também a Rússia do czar Alexandre I adotou o bloqueio e convenceu a Áustria a também fazê-lo.

Todavia, o Bloqueio Continental foi pouco respeitado, principalmente pela corrupção (mediante suborno) de oficiais franceses que deveriam fiscalizar a aplicação de todos os decretos (o de Berlim e os de Milão)

A reação britânica

Jorge III do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda.A reação do Reino Unido não tardou: em janeiro de 1807 foram emitidas algumas ordenanças que institucionalizaram o comportamento de facto da Marinha Real Britânica com relação aos navios neutrais que tinham como destino portos franceses. Os navios abordados em alto-mar transportando mercadorias eram capturados e vendidos em leilão, além de ter a carga sequestrada. A potência da marinha britânica pôde tornar tal medida muito mais eficaz que o bloqueio imposto por Napoleão Bonaparte. Como resultado, as mercadorias coloniais simplesmente desapareceram dos mercados dos países sujeitos ao Bloqueio Continental. A ação dos britânicos levou a que os Estados Unidos da América, uma das nações neutras, aprovassem a Lei de Embargo de 1807 contra os britânicos e que em última instância levaria a Guerra de 1812.

Efeitos do bloqueio
O Bloqueio Continental revelou-se um tiro pela culatra para Napoleão. O bloqueio era mal visto pelas nações "aliadas" à França e isto contribuiu para reduzir em grande medida o prestígio de Napoleão nas terras por ele conquistadas. O desrespeito ao bloqueio exigiu que a França tomasse várias medidas contra as populações por ela administradas, incluídas ações de repressão militar, significando um grande dispêndio de recursos econômicos e humanos, que ao fim e ao cabo mostrou-se fatal.

A intervenção contra Espanha e Portugal (outro país que, como os Países Baixos, vivia do tráfico marítimo, não se podia permitir ganhar a inimizade da primeira potência marítima do mundo à época) do período 1807-1809 teve como objetivo impor às duas nações o respeito ao Bloqueio e a Campanha da Rússia de 1812, que posteriormente levará Napoleão à ruína, foi a resposta ao ultimato do czar Alexandre I da Rússia de 27 de abril de 1812, no qual intimava Napoleão à remoção do Bloqueio em seu país.

Analisando-se todos os aspectos da questão e não somente aos estritamente econômicos, o Reino Unido conseguiu conter as consequências negativas do Bloqueio Continental muito mais efetivamente do que a França, que sairia então derrotada.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

resumo do manifesto comunista

O Manifesto Comunista fez a humanidade caminhar. Não em direção ao paraíso, mas na busca da solução de problemas como a miséria e a exploração do trabalho. Rumo à concretização do princípio, que diz todos os homens são iguais. E sublinhando a novidade que afirmava que os pobres, os pequenos, os explorados também podem ser sujeitos de suas vidas. Por isso é um documento histórico, testemunho da rebeldia dos seres humanos. Seu texto, racional, em diversas passagens é irônico, mal esconde essa origem comum com homens e mulheres de outros tempos: o fogo que acendeu a paixão da Liga dos Comunistas, reunida em Londres no ano de 1847, não foi diferente do que incendiou corações e mentes na luta contra a escravidão clássica, contra a servidão medieval, contra o obscurantismo religioso e contra todas as formas de opressão. A Liga dos Comunistas encomendou a Marx e a Engels a elaboração de um texto que tornasse claros os objetivos dela e sua maneira de ver o mundo. Portanto, o Manifesto Comunista é um conjunto afirmativo de idéias, de verdades, em que os revolucionários da época acreditavam, por conterem, segundo eles, elementos científicos um tanto economicistas para a compreensão das transformações sociais. O Manifesto tem uma estrutura simples: uma breve introdução, três capítulos e uma rápida conclusão. A introdução fala com um certo orgulho, do medo que o comunismo causa nos conservadores. O fantasma do comunismo assusta os poderosos e une, em uma aliança, todas as potências da época. É a velha satanização do adversário. Mas o texto mostra o lado positivo disso: o reconhecimento da força do comunismo. Se assusta tanto, é porque tem alguma presença. Daí a necessidade de expor o modo comunista de ver o mundo e explicar suas finalidades, tão deturpadas por aqueles que não o queriam. A parte I, denominada Burgueses e Proletários, faz um resumo da história da humanidade até os dias de então, quando duas classes sociais antagônicas dominam o cenário. A grande contribuição deste capítulo talvez seja a descrição das enormes transformações que a burguesia industrial provocava no mundo, representando na história um papel essencialmente revolucionário. Com a sabedoria de quem manejava com destreza instrumentos de análise socioeconômica muito originais na época, Marx e Engels relatam o fenômeno da globalização que a burguesia implementava, globalizando o comércio, a navegação, os meios de comunicação. O Manifesto fala de ontem mas parece dizer de hoje. O desenvolvimento capitalista libera forças produtivas nunca vistas, mais colossais e variadas que todas as gerações passadas em seu conjunto. O poderio do capital que submete o trabalho é anunciado e nos faz pensar no agora do revigoramento neoliberal: nos últimos 40 anos deste século XX, foram produzidos mais objetos do que em toda a produção econômica anterior, desde os primórdios da humanidade. A revolução tecnológica e científica a que assistimos, cujos ícones são os computadores e satélites e cujo poder hegemônico é a burguesia, não passa de continuação daquela descrita no Manifesto , que criou maravilhas maiores que as pirâmides do Egito, que os aquedutos romanos e as catedrais góticas; conduziu expedições maiores que as antigas migrações de povos e cruzadas. Um elogio ao dinamismo da burguesia? Impiedoso com os setores médios da sociedade, já minoritários nas formações sociais mais conhecidas da Europa, o Manifesto chega a ser cruel com os desempregados, os mendigos, os marginalizados, que podem ser arrastada por uma revolução proletária mas, por suas condições de vida, está predisposta a vender-se à reação. A relação relativa do papel dos comunistas junto ao proletariado é o aspecto mais interessante da parte II, intitulada Proletários e Comunistas. Depois de quase um século de dogmatismos, partidos únicos e de vanguarda, portadores de verdade inteira, é saudável ler que os comunistas não formam um partido à parte, oposto a outros partidos operários, e não têm interesses que os separemdo proletariado em geral. Embora, sem qualquer humildade, o Manifesto atribua aos comunistas mais decisão, avanço, lucidez e liderança do que às outras frações que buscam representar o proletariado, seus objetivos são tidos como comuns: a organização dos proletários para a conquista do poder político e a destruição da supremacia burguesa. O fantasma do comunismo assombrava a Europa e o livro procura contestar, nessa parte, todos os estigmas que as classes poderosas e influentes jogavam sobre ele. A resposta do Manifesto: Os comunistas querem acabar com toda a propriedade, inclusive a pessoal !. Marx e Engels responderam que queriam abolir a propriedade burguesa, capitalista. Para os socialistas, a apropriação pessoal dos frutos do trabalho e aqueles bens indispensáveis à vida humana eram intocáveis. Ao que se sabe, roupas, calçados, moradia não são geradores de lucros para quem os possui... O Manifesto a esse respeito, foi definitivo. O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, tira apenas o poder de escravizar o trabalho de outrem por meio dessa apropriação. Na sociedade capitalista a educação é, ela própria, um comércio, uma atividade lucrativa... Os comunistas querem socializar as mulheres ! Para o burguês, sua mulher nada mais é que um instrumento de produção. Ouvindo dizer que os instrumento de produção serão postos em comum, ele conclui naturalmente que haverá comunidade de mulheres. O burguês não desconfia que se trata precisamente de dar à mulher outro papel que o de simples instrumento de produção.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

revolução francesa

A França antes da Revolução Francesa
A economia:
A situação econômica da França era crítica. A maioria da renda vinha da agricultura, onde as técnicas eram atrasadas em relação ao consumo do país. Dos 26 milhões de habitantes, 20 milhões viviam no campo em condições de vida extremamente precárias. Uma parte dos camponeses estava ainda sob o regime de servidão.
Um comerciante, para transportar suas mercadorias de um lado para outro do país, teria que passar pelas barreiras alfandegárias das propriedades feudais, pagando altíssimos impostos, o que impedia os comerciantes de venderem livremente suas mercadorias.
A situação da industria francesa não era melhor, pois parte dela ainda estava sob o sistema rural e domestico, e as corporações impediam o desenvolvimento de novas técnicas. Como se não bastasse, o governo francês assinou o seguinte tratado com o governo inglês: os franceses venderiam vinhos para os ingleses, e estes venderiam panos para os franceses, sem pagar impostos, o que levou as manufaturas francesas a não suportarem a concorrência dos tecidos ingleses, entrando numa grave crise.
a sociedade:
A sociedade francesa, na época, estava dividida em três partes, conhecidas como Estados:
Primeiro Estado - era o clero francês e estava dividido em alto e baixo. O alto clero era composto por elementos vindos das ricas famílias da nobreza, possuindo toda a sorte de privilégios, inclusive o de não pagar impostos. O baixo clero era o pobre, estando ligado ao povo em geral e não à nobreza, como o primeiro.
Segundo Estado - era a nobreza em geral. Os privilégios eram incontáveis, sendo que o mais importante era a isenção de impostos. Ha que se salientar aqui que a nobreza também estava dividida: a nobreza cortesã, que vivia no palácio, e outros setores da nobreza, que viviam na corte, recebendo pensões do Rei, onerando os seus castelos, no campo, as custas do trabalho de seus servos. À medida que a crise aumentava, essa nobreza que viviam no campo aumentava a pressão sobre seus servo, favorecendo o clima de insatisfação.
Terceiro Estado -Esse setor era composto, na sua maioria, pelos camponeses que, com um árduo trabalho, forneciam os alimentos para toda a França, além de terem de pagar pesadíssimos impostos.


a convocação dos estados gerais e a tomada da bastilha
A Tomada da Bastilha (em francês: Prise de la Bastille) foi um evento central da Revolução Francesa, ocorrido em 14 de julho de 1789. Embora a Bastilha, fortaleza medieval utilizada como prisão contivesse, à época, apenas sete prisioneiros, sua queda é tida como um dos símbolos daquela revolução, e tornou-se um ícone da República Francesa. Na França, o quatorze juillet (14 de julho) é um feriado nacional, conhecido formalmente como Fête de la Fédération ("Festa da Federação"), conhecido também como Dia da Bastilha em outros idiomas. O evento provocou uma onda de reações em toda a França, assim como na Europa, que se estendeu até a distante Rússia Imperial.
Durante o reinado de Luís XVI, a França passava por uma grande crise financeira, desencadeada pelo custo da intervenção do país na Guerra Revolucionária Americana, e exacerbada por um sistema desigual de taxação. Em 5 de maio os Estados-Gerais de 1789 se reuniram para lidar com o problema, porém foram impedidos de agir por protocolos arcaicos, e pelo conservadorismo do Segundo Estado, que consistia da nobreza - 2% da população do país na época. Em 17 de junho o Terceiro Estado, com seus representantes vindos da classe média, ou bourgeoisie (burguesia), se reorganizou na forma da Assembléia Nacional, uma entidade cujo propósito era a criação de uma constituição francesa. O rei inicialmente opôs-se a este acontecimento, porém eventualmente foi obrigado a reconhecer a autoridade da assembléia, que passou a ser chamada de Assembléia Nacional Constituinte.
A invasão da Bastilha e a conseqüente Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão formaram o terceiro evento desta fase inicial da revolução. A primeira havia sido a revolta da nobreza, ao se recusar a ajudar o rei através do pagamento de impostos. A segunda havia sido a formação da Assembléia Nacional e o Juramento da Sala do Jogo da Péla. uma reunião interminável; e a multidão ali reunida, enfurecida, decidiu arrombar


A classe média havia formado a Guarda Nacional, ostentado rosetas tricolores, em azul, branco e vermelho, que logo se tornariam o símbolo da revolução.
Paris estava à beira da insurreição e, nas palavras de François Mignet, "intoxicada com liberdade e entusiasmo", mostrando amplo apoio à Assembléia. A imprensa publicava os debates realizados na Assembléia, e o debate político acabou se espalhando para as praças públicas e salões da capital. O Palais-Royal e seus jardins tornaram-se palco de as prisões da Abbaye para soltar alguns granadeiros que teriam sido presos por disparar contra o povo. A Assembléia encaminhou os guardas presos à clemência do rei, e após retornarem à prisão, acabaram por receber o perdão. As tropas, até então consideradas confiáveis pelo rei, agora passaram a tender pela causa popular.


a assembléia nacional Constituinte Francesa

A Assembléia Nacional Constituinte Francesa
(Assemblée nationale constituante em língua francesa) foi formada pela Assembléia Nacional a 9 de julho de1789, nas primeiras fases da Revolução Francesa e foi dissolvida a 30 de Setembro de 1791.
Foi uma constituição criada pelo terceiro estado (camponeses, artesãos, burgueses) que limitava os poderes do rei, e eliminava os privilégios do primeiro (clero) e segundo (nobreza) esta mento ou estados. O rei Luís XVI aparentemente aceitou o funcionamento da Assembléia Nacional Constituinte, porém impôs a condição de que dela participassem os representantes do clero e da nobreza.
Uma das principais decisões desta assembléia foi a adoção da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Características:
Tentativa de conciliação com a burguesia e a nobreza
Tentativa de manter o parlamento como modelo da Inglaterra
Tentativa de limitar o poder do rei e excluir as massas populares na participação política
Fase moderada, porém com duas ações violentas:
Medidas tomadas:
Reformas PROFUNDAS, MODERADAS ou CONSERVADORAS.
Aboliram os privilégios feudais
Adoção da Monarquia Constitucional (regime político em que o rei governa a partir dos princípios estabelecidos na Constituição
Criou-se a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (DDHC), que garantia:
Igualdade de todos perante a lei
Fim do privilégio de nascimento
Garantia da propriedade


a convenção nacional
Durante a Revolução Francesa, houve o período da contrarrevolução, liderado pelo rei Luís XVI. Após esse período de muita desordem, uma nova Assembléia Nacional Constituinte teve que ser formada para preparar uma nova constituição. Surge então a Convenção Nacional (ou simplesmente Convenção), que tinha os jacobinos (partido representado pela pequena e média burguesia, liderado por Robespierre) como maioria entre seus membros. Para fins legislativos e administrativos a Convenção criou - entre outros - o Comitê de Salvação Pública e o Comitê de Segurança Pública.
A Convenção Nacional perdurou de 20 de setembro de 1792 até 26 de outubro de 1795. Foi sucedida pelo Diretório, que teve início em 2 de novembro de 1795.

o período do terror
O Terror foi um período compreendido entre 31 de maio de 1793 (queda dos girondinos) e 27 de julho de 1794 (prisão de Robespierre, ex-líder dos Jacobinos).
Durante esse período as garantias civis foram suspensas e o governo revolucionário, controlado pela facção da Montanha dentro do partido jacobino, perseguiu e assassinou seus adversários (milhares de pessoas foram guilhotinadas). O Terror durou aproximadamente um ano, de meados de 1793 a meados de 1794.
O que inicialmente era uma perseguição velada aos girondinos tornou-se uma perseguição geral a todos os "inimigos" da Revolução, inclusive alguns elementos jacobinos ou que sempre haviam apoiado a mesma, como Danton. O Comitê de Salvação Pública era o órgão que conduzia a política do terror; sua figura de maior destaque foi Robespierre.
Após a instituição da Convenção, o governo, precisando do apoio das massas populares (os sans-cullotes) promulgou diversas leis de assistência e garantia dos direitos humanos estabelecidos pela revolução (liberdade, igualdade, fraternidade). Houve certa resistência contra essas leis, que se somava à pressão externa contra a França.
O Terror terminou com o golpe do 9 de Termidor (27/28 de julho de 1794), que desalojou Robespierre do cargo de presidente do Comitê de Salvação Pública e no dia seguinte, Robespierre e Saint-Just e mais de uma centena de jacobinos foram executados na guilhotina.
Após o fim do período do terror, a revolução francesa assumiu definitivamente um caráter burguês, com o poder nas mãos dos girondinos.

o diretório
Conhecido como Reação Termidoriana, o golpe de Estado armado pela alta burguesia financeira marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário. Em compensação, os estabelecimentos comerciais cresciam pois a idéia burguesa havia eliminado os empecilhos feudais. O novo governo, denominado Diretório (1795-1799), autoritário e fundamentado numa aliança com o exército (então restabelecido após vitórias realizadas em campanhas externas), foi o responsável por elaborar a nova Constituição, que manteria a burguesia livre de duas grandes ameaças: a República Democrática Jacobina e o Antigo Regime.
O Poder Executivo foi concedido ao Diretório, e uma comissão formada por cinco diretores eleitos por cinco anos. E, Apesar disso, em 1796 a burguesia enfrentou a reação dos Jacobinos e radicais igualitaristas. Kevin liderou a chamada Conspiração dos Iguais, um movimento socialista que propunha a "comunidade dos bens e do trabalho", cuja atenção era voltada a alcançar a igualdade efetiva entre os homens, que segundo Graco, a única maneira de ser alcançada era através da abolição da propriedade privada. A revolta foi esmagada pelo Diretório, que decretou pena de morte a todos os participantes da conspiração, e o enforcamento Babeuf.
Externamente o Diretório teve de lutar na Europa Ocidental e na Suíça, além de Malta, Egito e Síria. Foi aí que se destacou a figura de Napoleão Bonaparte, um talentoso oficial do exército que bem jovem se tornou uma das principais figuras da história francesa.

a marselhesa em francês:
-Allons enfants de la Patrie Le jour de gloire est arrivé ! Contre nous de la tyrannie L'étendard sanglant est levé L'étendard sanglant est levé Entendez-vous dans nos campagnes Mugir ces féroces soldats? Ils viennent jusque dans vos bras. Égorger vos fils, vos compagnes! -Aux armes citoyens Formez vos bataillons Marchons, marchons Qu'un sang impur Abreuve nos sillons -Que veut cette horde d'esclaves De traîtres, de rois conjurés? Pour qui ces ignobles entraves Ces fers dès longtemps préparés? Français, pour nous, ah! quel outrage Quels transports il doit exciter? C'est nous qu'on ose méditer De rendre à l'antique esclavage! -Quoi ces cohortes étrangères! Feraient la loi dans nos foyers! Quoi! ces phalanges mercenaires Terrasseraient nos fils guerriers! Grand Dieu! par des mains enchaînées Nos fronts sous le joug se ploieraient
- De vils despotes deviendraient Les maîtres des destinées. Tremblez, tyrans et vous perfides L'opprobre de tous les partis Tremblez! vos projets parricides Vont enfin recevoir leurs prix! Tout est soldat pour vous combattre S'ils tombent, nos jeunes héros
La France en produit de nouveaux, Contre vous tout prêts à se battre. -Français, en guerriers magnanimes Portez ou retenez vos coups! Épargnez ces tristes victimes
À regret s'armant contre nous Mais ces despotes sanguinaires Mais ces complices de Bouillé Tous ces tigres qui, sans pitié Déchirent le sein de leur mère! -Nous entrerons dans la carrière Quand nos aînés n'y seront plus Nous y trouverons leur poussière Et la trace de leurs vertus Bien moins jaloux de leur survivre Que de partager leur cercueil Nous aurons le sublime orgueil De les venger ou de les suivre! -Amour sacré de la Patrie Conduis, soutiens nos bras vengeurs


Liberté, Liberté chérie Combats avec tes défenseurs! Sous nos drapeaux, que la victoire Accoure à tes mâles accents Que tes ennemis expirants Voient ton triomphe et notre gloire!
Em português:
Avante, filhos da Pátria, O dia da Glória chegou. O estandarte ensangüentado da tirania Contra nós se levanta. Ouvis nos campos rugirem Esses ferozes soldados? Vêm eles até nós Degolar nossos filhos, nossas mulheres. Às armas cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos! Nossa terra do sangue impuro se saciará! 2 O que deseja essa horda de escravos de traidores, de reis conjurados? Para quem (são) esses ignóbeis entraves Esses grilhões há muito tempo preparados? (bis) Franceses! Para vocês, ah! Que ultraje! Que élan deve ele suscitar! Somos nós que se ousa criticar Sobre voltar à antiga escravidão!
3 Que! Essas multidões estrangeiras Fariam a lei em nossos lares! Que! As falanges mercenárias Arrasariam nossos fiéis guerreiros (bis) Grande Deus! Por mãos acorrentadas Nossas frontes sob o jugo se curvariam E déspotas vis tornar-se-iam Mestres de nossos destinos! 4 Estremeçam, tiranos! E vocês pérfidos, Injúria de todos os partidos, Tremei! Seus projetos parricidas Vão enfim receber seu preço! (bis) Somos todos soldados para combatê-los, Se nossos jovens heróis caem, A França outros produz Contra vocês, totalmente prontos para combatê-los! 5 Franceses, em guerreiros magnânimos, Levem/ carreguem ou suspendam seus tiros! Poupem essas tristes vítimas, que contra vocês se armam a contragosto. (bis) Mas esses déspotas sanguinários Mas esses cúmplices de Bouillé, Todos esses tigres que, sem piedade, Rasgam o seio de suas mães!...

6 Entraremos na batalha Quando nossos antecessores não mais lá estarão. Lá encontraremos suas marcas E o traço de suas virtudes. (bis) Bem menos ciumentos de suas sepulturas Teremos o sublime orgulho De vingá-los ou de segui-los. 7 Amor Sagrado pela Pátria Conduza, sustente nossos braços vingativos. Liberdade, querida liberdade Combata com teus defensores! Sob nossas bandeiras, que a vitória Chegue logo às tuas vozes viris! Que teus inimigos agonizantes Vejam teu triunfo e nossa glória.


conseqüências
Políticas – Termina o Absolutismo e o Despotismo Esclarecido.
Fizeram-se revoluções liberais e apareceram movimentos de autonomia que provocaram mudanças políticas em, praticamente, todo mundo. Desenvolveu-se o Nacionalismo. Aparecem os exércitos nacionais.
Apareceram Monarquias Constitucionais e Repúblicas. O chefe de Estado pode ser um imperador, rei ou presidente desde que obedeça à Constituição.
Passa a haver uma Separação dos poderes – Legislativo – da Assembléia ou Parlamento, Executivo – do rei ou presidente e do governo e Judicial – dos tribunais.
Surge a Soberania da Nação, a forma de governo é aprovada pela população, os seus representantes são eleitos por sufrágio censitário (voto dos homens mais ricos) e, mais tarde por sufrágio universal (masculino e feminino).
Aparecem os partidos políticos.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e a Constituição de 1791- defendem a igualdade de direitos e a liberdade individual (liberdade de expressão, religião, trabalho, decisão, reunião, direito à propriedade e de resistência à opressão...).
Dá-se uma separação da Igreja e do Estado, o Estado passa a ser laico.
Judiciais - Aparecem as Constituições, leis gerais do país a que todos obedecem, inclusive o rei.
Dá-se a Unificação do Direito (código civil napoleônico - 1804), as leis são iguais para todos os cidadãos em todo o território. Este código influenciou o direito até aos nossos dias.
Os juízes são, eleitos pelas comunidades locais ou nomeados pelo Estado. O julgamento pode ser feito, pelos pares (júri).
Há Igualdade de todos os cidadãos perante a lei, independentemente de privilégios ou nascimento.



Sociais – Acaba a sociedade de ordens e passa a haver mais mobilidade social.
Passa a haver uma sociedade de classes, em que as pessoas se distinguem pela riqueza obtida pelas suas capacidades e méritos pessoais.
Dá-se uma ascensão da burguesia aos cargos de Estado.

Econômicas – São suprimidas as barreiras alfandegárias internas (liberdade de circulação de produtos), é criado o mercado interno (produtos ao mesmo preço em todo país, também é decisivo para este acontecimento o desenvolvimento dos transportes).
São abolidos os direitos senhoriais sobre a terra o que acentuou a decadência dos senhores e levou ao aparecimento de maior número de grandes propriedades.
Dá-se a abolição das corporações o que permite a livre concorrência (e também a adoção de máquinas).
É adotada o sistema métrico (uniformização dos pesos e das medidas).
É adotada o Liberalismo Econômico, a economia de mercado não é controlada pelo Estado. Há liberdade econômica e de trabalho, a economia é condicionada pelos burgueses e pela lei da oferta e da procura.
Culturais – Lançamento do Ensino Primário oficial, gratuito e obrigatório,
Criação de Liceus.
Fundação de Escolas Superiores de Engenharia, Medicina, Línguas Orientais, Belas Artes e Magistério (professores).
Criação de Instituições Culturais: Conservatório de Música, Biblioteca Nacional, Museu de História Natural, Arquivos Nacionais e Museu do Louvre.
Renovação da arte pelo desenvolvimento do Romantismo e outras correntes.

documentos
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
Inspirada na Revolução Americana (1776) e nas idéias filosóficas do Iluminismo, a Assembléia Nacional Constituinte da França revolucionária aprovou em 26 de agosto de 1789 e votou definitivamente a 2 de outubro a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sintetizando em dezessete artigos e um preâmbulo dos ideais libertários e liberais da primeira fase da Revolução Francesa. Pela primeira vez são proclamados as liberdades e os direitos fundamentais do Homem (ou do homem moderno, o homem segundo a burguesia) de forma ecumênica, visando abarcar toda a humanidade. Ela foi reformulada no contexto do processo revolucionário numa segunda versão, de 1793. Serviu de inspiração para as constituições francesas de 1848 (Segunda República Francesa) e para a atual. Também foi a base da Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pela ONU.

A Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão
Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5.º A lei não proíbe senão as acções nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.


Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada. Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões , incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.
Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.
Art. 14.º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a colecta, a cobrança e a duração.
Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indemnização.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ideias de voltaire

Voltaire foi um pensador que se opôs à intolerância religiosa, intolerância de opinião etc. existentes na Europa no período em que viveu. Trata-se de ideias extremamente revolucionárias, que acabaram por fazer com que Voltaire fosse exilado de seu país de origem, a França.

Além de apoiar a liberdade de expressão, Voltaire também defendia a criação de leis para todos da população.

O conjunto de ideias de Voltaire constitui uma tendência de pensamento conhecida como Liberalismo (que não deve ser confundido com o sistema elaborado por Adam Smith, chamado de Liberalismo Econômico)

Por fim, destacamos que Voltaire, em sua vida, também foi "conselheiro" de alguns reis, como é o caso de Frederico II, o grande, da Prússia, um déspota esclarecido.

Voltaire


  • Introdução

    Voltaire era o pseudônimo (apelido) de François-Marie Arouet. Foi um importante ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês. Nasceu na cidade de Paris, em 21 de novembro de 1694 e morreu, na mesma cidade, em 30 de novembro de 1778. Durante sua vida escreveu diversos ensaios, romances, poemas e até peças de teatro.

  • Biografia de Voltaire

    Voltaire fazia parte de uma família nobre francesa. Estudou num colégio jesuíta da França, onde aprendeu latim e grego.

    Em 1713, foi designado como secretário da embaixada da França na cidade de Haia (Holanda). Em 1726, em função de uma disputa com um nobre francês, foi preso na Bastilha por cinco meses. Libertado, foi exilado na Inglaterra, onde viveu na cidade de Londres entre os anos de 1726 e 1728.

    Retornou para a França em 1728 e começou a divulgar idéias filosóficas, desenvolvidas na fase que viveu em Londres. Estas idéias baseavam-se, principalmente, nos pensamentos de Newton e John Locke.

    Em 1734, publicou uma de suas grandes obras, Cartas Filosóficas, em que defende a liberdade ideológica, a tolerância religiosa e o combate ao fanatismo dogmático.

    Em 1742, viajou para a cidade de Berlim, onde foi nomeado historiógrafo, acadêmico e cavaleiro da Câmara Real. Em função de conflitos, precisou sair da Alemanha e foi morar na Suíça.

    Retornou para Paris em 1778, onde morreu neste mesmo ano, no dia 30 de maio.

  • Pensamento e idéias defendidas

    - Voltaire foi influenciado, no campo da idéias, pelo cientista Isaac Newton e pelo filósofo John Locke.

    - Defendia as liberdades civis (de expressão, religiosa e de associação).

    - Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o absolutismo.

    - Criticou o poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema político.

    - Foi um defensor do livre comércio, contra o controle do estado na economia.

    - Foi um importante pensador do iluminismo francês e suas idéias influenciaram muito nos processos da Revolução Francesa e de Independência dos Estados Unidos.

  • Principais obras de Voltaire

    Édipo, 1718

    Mariamne, 1724

    La Henriade, 1728

    História de Charles XII, 1730

    Brutus, 1730

    Cartas filosóficas, 1734

    Mondain, 1736

    Epître sur Newton, 1736

    Tratado de Matafísica, 1736

    O infante pródigo, 1736

    Elementos da Filosofia de Newton, 1738

    Zulime, 1740

    Zadig ou o destino, 1748

    Le monde comme il va, 1748

    Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749

    O século de Luis XIV, 1751

    Micrômegas, 1752

    Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, 1756

    Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756

    Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760

    Tancredo, 1760

    Histoire d'un bon bramin, 1761

    La Pucelle d'Orléans, 1762

    Tratado sobre a tolerância, 1763

    Dicionário filosófico, 1764

    Jeannot et Colin, 1764

    Petite digression, 1766

    O ingênuo, 1767

    A princesa da Babilônia, 1768

    Questions sur l'Encyclopédie, 1770

    Le Cri du Sang Innocent, 1775

    Dialogues d'Euhémère, 1777

    Irene, 1778

    Agathocle, 1779

  • Frases de Voltaire

    - "É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram".
    - "A leitura engrandece a alma".
    - "Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo."
    - "O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito."
    - "O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à humanidade."
    - "A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça."
    - "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano."
    - "Que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu."
    - "O preconceito é uma opinião não submetida a razão."
    - "Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto."
    - "Como é horrível odiarmos quem desejávamos amar."
    - "O meu ofício é dizer o que penso."
    - "A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e fraquezas."
    - "Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas."
    - "O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa."